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O que é ser “viciado”?

O adjetivo “viciado” é usado na linguagem cotidiana de várias formas. Algumas delas até mesmo possuem uma conotação positiva, como ao dizer que é viciado em alguém, quando gostamos muito da pessoa, ou viciado em uma nova banda ou artista que não conseguimos parar de ouvir. Quando usado para definir alguém que esteja passando por problemas com alguma droga, o termo “viciado” assume um sentido pejorativo e desaconselhável. Contudo, cabe perguntar o que de fato constitui um vício, ou o que é estar viciado em alguma substância.

O DSM-V é um manual diagnóstico fruto do trabalho conjunto de diversos especialistas em saúde mental e nele encontram-se diretrizes confiáveis através das quais se orienta o diagnóstico da dependência de substâncias psicoativas. Inicialmente, o DSM-V divide os onze critérios diagnósticos em quatro categorias, sendo elas: baixo controle, deterioração social, uso arriscado e critérios farmacológicos.

Baixo Controle

Os critérios de baixo controle dizem respeito aos prejuízos da capacidade do indivíduo de definir condições e limites para o uso da substância. Cotidianamente questionamos a capacidade de alguém “controlar” seu uso de drogas. Aceitamos que em parte exista um controle proposital por parte da pessoa quando dizemos que alguém “bebe socialmente”. Os critérios de baixo controle são:

DSM-V Dependência Baixo Controle

Deterioração Social

Os critérios focados na deterioração social versam sobre prejuízos que a pessoa enfrenta nas diversas esferas sociais em função do uso de substâncias, assim como nos papéis que desempenha na sociedade. São eles:

Deterioração DSM-V Dependência social

Uso Arriscado

O uso de substâncias, lícitas ou não, carregam em si particularidades e contingências de risco. Alguns dos critérios organizados pela Associação de Psiquiatria Americana remetem ao uso arriscado da droga:

DSM-V Dependência Uso arriscado

Critérios Farmacológicos

Os critérios farmacológicos traduzem fenômenos fisiológicos relevantes envolvidos na adicção. Tratam-se de alterações ou adaptações no funcionamento do organismo que ocorrem diante do uso continuado de uma substância. Os critérios farmacológicos são:

DSM-V Dependência Critérios Farmacológicos

Segundo os critérios do DSM-V a presença de dois ou três sintomas em um período de um ano configura a presença de um transtorno por uso de substâncias. Apesar disso, na prática clínica a importância do diagnóstico não está no fato da pessoa ser ou não dependente, mas na gravidade da dependência, o que pode implicar na necessidade de utilização de recursos mais numerosos e complexos para seu tratamento.

A despeito da caracterização ou não de uma dependência, é válido dizer que qualquer prática, que envolva o uso de drogas ou não, e que porventura traga prejuízos significativos à qualidade de vida deve ser repensada e, se necessário, alterada para que “vícios” sejam só um sinônimo para coisas que gostamos muito.

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