Fundo do poço: é necessário chegar?

É certo afirmarmos que o dependente químico precisa chegar ao fundo do poço para se conscientizar que tem um problema e que precisa de ajuda? Afirmações dessa natureza estão difundidas em nosso meio social e frequentemente encontramos defensores dessas ideias. Porém, ao questionarmos o embasamento dessas alegações, percebemos que elas estão normalmente enraizadas na falta de conhecimento e em uma visão preconceituosa do assunto.

E aí? Topa o desafio de ficar 30 dias sem beber?

O intuito desse período de abstinência é que vocês percebam e entendam um pouco melhor a relação estabelecida com o álcool. A bebida está inserida em praticamente todos os contextos de nossa sociedade. Da "fossa" à festa, sempre teremos motivos que justifiquem o seu consumo.

O gênero em silêncio: o álcool e o “papel de homem”

Em nossa cultura o consumo de álcool funciona como um rito de passagem para a vida adulta e construção da identidade. Existe um incentivo social muito grande a partir da adolescência para que se inicie o consumo de álcool. E, desde esse primeiro momento, o incentivo não é para um consumo moderado. Entre os homens, é quase uma competição. E, em relação ao “tornar-se homem”, aquele que não bebe está falhando nesse teste.

Por que a sobriedade pode gerar crises nos relacionamentos?

Em um primeiro momento essa pergunta pode causar bastante estranheza, visto que, na perspectiva mais comum, o processo de abstinência tende a gerar também melhorias significativas nos relacionamentos daqueles que se esforçam para ficar “limpos”. E isso também é verdade. Porém, há relacionamentos específicos que podem sofrer duros impactos no período em que o usuário para de usar drogas.

A redução do desejo de usar drogas é consequência e não causa!

“Não é a falta do desejo de usar que produz a abstinência, mas sim a abstinência leva a diminuição do desejo de usar” (...) devemos buscar enfocar naquilo que está sob o nosso controle, nas atitudes que podemos tomar e nas mudanças que podemos implementar. O surgimento do desejo de usar uma droga não é possível de ser diretamente influenciado, mas é uma situação que podemos modificar dependendo da forma como conduzimos o processo de ficar sem ela.

Depressão e Álcool: uma breve visão analítico-comportamental

A relação entre depressão e consumo problemático de álcool se configura como uma via de mão dupla, na qual tanto o agravamento do quadro depressivo pode levar ao aumento do consumo da substância, como também o aumento do consumo pode levar ao agravamento do quadro depressivo. Esse cenário, uma espécie de espiral descendente, deixa claro como pode ser perigosa a associação desses dois elementos.