Tente não responder essa questão de imediato como normalmente é o nosso padrão em situações que podemos nos sentir ameaçados ou confrontados. Vamos nos debruçar um pouco mais sobre esse tema? O álcool é uma droga com uma imagem bastante distinta em nosso contexto social. Comparada às demais (lícitas ou não) percebemos que existe uma glamourização e uma estimulação para o seu consumo. Afinal de contas, quem de nós sente vergonha de postar uma foto com uma bebida? Qual propaganda publicitária associa o álcool com eventos negativos? Até mesmo nas músicas, o consumo é estimulado ou repreendido?
A linguagem não é neutra e é claro para nós que a nossa linguagem não condena o consumo do álcool. Termos que podem sugerir uma conotação negativa são comumente aplicados àqueles que não bebem ou bebem muito pouco: “você é fraco”, “bebe como mulher”, “ bebe igual veado” e tantos outros nos soam bastante familiares. Apesar de existir a repreensão pelo consumo em algumas situações, essa disputa é vencida com facilidade pelo apreço e pela estimulação ao beber.

Com isso, algumas situações que poderiam ser classificadas como problemáticas ou mesmo de risco acabam sendo relativizadas ou amortizadas. O beber a ponto de se intoxicar, perder a consciência e passar mal é uma situação que presenciamos em praticamente todas festas que frequentamos. Não chega a nos parecer estranho. Planejar encontros sociais nos quais o foco principal é o beber também não causa estranheza. Ouvir de um amigo que teve acidentes de trânsito logo após consumir uma grande quantidade de bebida é comum. Assim como é comum ouvir que esses amigos já terminaram relacionamentos ou tiveram brigas por conta de consumo de álcool. Além é claro, daquela pessoa que faltou ao trabalho ou trabalhou com o mínimo de qualidade por conta da ressaca.
Muitas vezes não são apenas nossos amigos que estão vivenciando essas situações. Nós também nos encontramos nesses padrões com alguma frequência, mas acaba sendo muito difícil admitir que estamos tendo alguma dificuldade com nosso padrão de consumo de álcool. Na verdade, os “feitos” alcoólicos são normalmente exaltados entre nossos amigos. Em meio a isso, podemos começar a sentir e perceber que alguma coisa não está muito legal.

Se substituirmos a droga, mas mantermos a situação, nosso conceito normalmente se transforma. Por exemplo, pense em um usuário de cocaína que, devido ao uso, teve problemas no trabalho, terminou o relacionamento, sofreu acidentes automobilísticos, passou a noite inteira usando, sofreu com os efeitos da intoxicação no dia seguinte e perdeu significativa quantia de dinheiro comprando a droga, ou seja, as mesmas situações que descrevemos acima. Certamente chegaríamos a um consenso de dizer que essa pessoa tem problemas com o uso, certo?
Não estamos dizendo que essas drogas não se diferem. Somente queremos mostrar que a questão da licitude da droga não interfere em relação a um diagnóstico sobre o quão problemático é o consumo da substância.
Repense sempre o seu consumo de álcool! Prestar atenção e analisar o padrão de uso e um possível progresso pode ser uma excelente ferramenta de proteção para evitar complicações futuras. Não é apenas o dependente químico que tem problemas relacionados ao uso. Se em alguns momentos você perceber que faz o uso do álcool, com certa frequência para lidar com situações desagradáveis como estresse, ansiedade, desconforto social, problemas familiares e financeiros, entre outros, talvez seja hora de buscar alternativas eficazes para enfrentar esses problemas. O álcool não é uma delas.
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