Conforme já apresentamos antes, a recaída geralmente é um processo que se inicia antes mesmo do primeiro lapso. Fatores como a presença de gatilhos e o desencadeamento da fissura podem ser influenciados por atitudes tomadas de forma “automática”. Tomar consciência dessas atitudes exige reflexão e autoconhecimento, pois muitas delas não se configuram como uma manifestação clara do início de uma recaída, são “decisões aparentemente irrelevantes”.
“Decisões aparentemente irrelevantes” podem se assemelhar a decisões ingênuas, mas culminarem em um processo de recaída. Sentir saudade daquele amigo que sempre estava presente no momento de uso da droga, passear por uma zona boêmia da cidade, guardar parafernália de uso, ter bebida em estoque para o caso de alguma visita chegar e outros comportamentos semelhantes podem ser o primeiro passo de uma cadeia de eventos que cria condições para que o lapso ocorra. Embora pareçam, de fato, irrelevantes, essas pequenas decisões vão aproximando o indivíduo do contato com gatilhos e aumentando a chance de uma recaída. Em outras palavras, uma “decisão aparentemente irrelevante” pode desencadear um efeito dominó.

Esse tipo de comportamento não se restringe a pessoas em tratamento para dependência química. Podemos observá-lo em pessoas que, apesar de estarem contendo gastos, vão ao shopping “dar uma olhadinha”, ou pessoas em dieta que resolvem comprar um “chocolatinho” para comer em casa de vez em quando. A mudança necessária em todos esses casos é tomar consciência e perceber a relação muitas vezes discreta entre as decisões e a situação que se pretende mudar.
Devemos buscar entender o que mantém os hábitos e assumir a responsabilidade de pensar a respeito das decisões tomadas e a real relação entre custo e benefício das mesmas. Assim, será possível prever e reverter uma “decisão aparentemente irrelevante” que pode implicar no fracasso do seu objetivo.
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