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Aja com atenção: o suicídio e o uso de substâncias

A Associação Internacional de Prevenção do Suicídio criou a campanha “Setembro Amarelo” com o intuito de discutir e divulgar ações preventivas sobre suicídio. Pensando nisso, a Rota Alternativa gostaria de dizer algumas palavras a respeito deste tema, principalmente na interseção que ele ocupa com o abuso de substâncias, dois temas tabus em nossa sociedade.

O comportamento suicida deve ser compreendido como parte de um continuum variando entre pensamentos, planejamento e o suicídio em si. Este é considerado um ato deliberado de autoagressão realizado na expectativa de ser fatal, mesmo que constitua uma ação ambivalente. O suicídio deve ser compreendido como o desfecho de um processo, resultado de vários fatores que se acumularam na história do indivíduo.

A maioria dos casos de suicídio envolvem um transtorno psiquiátrico em evolução passível de tratamento adequado. Transtornos do humor e transtornos relacionados ao uso de substâncias são diagnósticos bastante prováveis entre os casos de suicídio.

Bertolote e cols., 2003
Bertolote e cols., 2003

A ocorrência de um transtorno relacionado ao uso de substâncias simultâneo a outro transtorno psiquiátrico também não é incomum. No entanto, observa-se que a relação “transtorno X dependência” é variável, podendo um ser causa do outro, consequência ou mesmo serem desenvolvidos paralelamente.

De qualquer modo, o abuso de substâncias psicoativas é considerado um fator de risco para a ocorrência de comportamentos suicidas. Observa-se uma associação entre álcool e suicídio, tanto em relação a dependência (uso crônico) quanto em relação a intoxicação aguda (uso episódico) quando ocorre aumento da impulsividade.

Vários são aqueles que se despediram do “palco da vida” tendo em seu último ato o consumo de alguma substância. Para alguns casos, é possível dizer que a dependência era uma condição aprisionadora, ao mesmo tempo que o consumo da substância era um breve alívio da outra prisão que era estar sofrendo com depressão, ansiedade, entre outros transtornos.

Saber identificar sinais de risco para o suicídio é passo essencial para a proteção da vida. Cuidar do sofrimento é passo essencial para aproveitar os sabores desta jornada em meio aos dissabores, sem que seja necessário recorrer aos caminhos de fuga através de álcool ou drogas.

Algumas dicas sobre como lidar com ideação ou tentativas de suicídio

  • Não minimize uma tentativa de suicídio. A tentativa não fatal deve ser compreendida como um pedido de ajuda e não pode ser desprezada.
  • Uma pessoa que já tentou suicídio tem maiores chances de tentar uma segunda vez.
  • Perguntar sobre ideação suicida não fornece ideias à pessoa, principalmente quando realizado em um contexto de empatia, ausência de julgamentos, disposição para escutar e ajudar.
  • A ideia de que “quem fala não faz” não é verdadeira em relação às tentativas de suicídio.
  • Nunca desafie a pessoa com comportamentos suicidas a continuar em frente.
  • Entenda que a internação pode ser indicada quando existir ideação suicida com planejamento, havendo a comunicação do plano suicida, ou ainda que não seja possível perceber a ideação, quando se fazem presente vários fatores de risco e poucos fatores de proteção.
Fatores de Risco e Proteção SuicidioF

Quer saber mais sobre o tema? Confira a cartilha elaborada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) sobre suicídio no link: http://www.flip3d.com.br/web/pub/cfm/index9/?numero=14

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