Quando Procurar Tratamento

Os prejuízos causados pelo consumo de substâncias psicoativas podem ser os mais variados e dependem de inúmeros fatores, tais como: a substância e sua quantidade consumida, o modo de consumo, frequência e regularidade do consumo, concentração da substância, histórico de envolvimento com a substância, comportamentos assumidos pós-consumo, condições do organismo do sujeito.

Podemos dividi-los em prejuízos de curto, médio e longo prazo. Prejuízos de curto prazo muito comuns são as contínuas ressacas, envolvimento em acidentes, dificuldades em cumprir com obrigações, brigas e discussões. Considerar tais prejuízos como de curto prazo significa dizer que eles ocorrem mais próximos do momento do uso, embora possam ter repercussões importantes e duradouras no futuro.

Os prejuízos de médio e longo prazo geralmente são causados pelo uso recorrente e contínuo da substância e estão relacionados ao modo como ela começa a fazer parte da nossa dinâmica de funcionamento. Referem-se às consequências que somente serão perceptíveis, ou ocorrerão, após bastante tempo de uso regular e podem abranger uma gama ampla de consequências, a depender do padrão e do histórico de consumo de cada usuário. São comuns: problemas profissionais, importantes prejuízos financeiros, problemas emocionais, isolamento e prejuízos nos relacionamentos interpessoais, complicações de saúde física e mental.

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Podemos considerar que é o acumulo das complicações e prejuízos de curto, médio e longo prazo que motiva o sujeito a tentar diminuir ou interromper o uso da substância. Ou seja, quando as consequências negativas do uso começam a sobrepujar os efeitos desejados e funcionais, a pessoa pode começar a perceber que está exagerando ou “perdendo o controle” e que pode precisar de ajuda.

Porém, a procura por ajuda é carregada de tabus e preconceitos. Constantemente somos levados a acreditar que se um indivíduo precisa de ajuda em função de problemas relacionados ao seu uso de álcool ou drogas, este deverá ser taxado e diagnosticado como viciado ou dependente. Não obstante, podemos achar que essa pessoa tem que admitir e se ver como um dependente, pois, somente então, conseguirá se tratar. Mas será isso verdade?

Dependência e Uso Nocivo

Como foi mencionado acima, qualquer pessoa que incorra no uso de substâncias psicoativas está sujeita a algum tipo de prejuízo, podendo este variar em magnitude e frequência. Decidir interromper ou diminuir o uso normalmente se relaciona com o aumento da constância e da intensidade desses prejuízos. Apesar de “dependência” não ser um constructo fechado e estático e poder variar em graus de intensidade e comprometimento, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV) faz uma caracterização do termo e uma distinção para o uso nocivo.

Em termos gerais, o DSM-IV considera como critérios diagnósticos da dependência de substâncias: a ocorrência da tolerância; da abstinência (ou o uso da substância para aliviar os sintomas da abstinência); a compulsão e a dificuldade em controlar o período de uso; desejo persistente ou esforço sem sucesso de diminuir ou controlar a ingestão da substância; dispêndio de grande tempo para obter e usar a substância; o abandono de outras atividades reforçadoras; e o uso contínuo apesar dos diversos prejuízos.

Já o conceito de uso nocivo é utilizado quando não se observa dependência, mas ainda assim se apresenta um padrão de uso disfuncional de uma substância que pode resultar no fracasso em cumprir obrigações; uso em situações fisicamente comprometedoras; problemas legais ligados ao uso; e uso contínuo apesar de problemas sociais ou interpessoais persistentes ou constantes.

A procura por tratamento

Tal distinção tem um importante fator elucidativo na medida em que deixa claro que não somente aquele indivíduo diagnosticado como dependente terá problemas relacionados ao seu uso. Também não somente os dependentes terão dificuldade para controlar a quantidade e a frequência de seu uso.

Portanto, procurar tratamento pode ser útil e beneficiar diversos usuários, tanto dependentes como não dependentes. Aqueles que estiverem tendo prejuízos importantes, que perceberem certo exagero ou aumento do consumo nos últimos tempos, além da dificuldade de controlar a quantidade, frequência ou tempo gasto com a bebida ou a droga podem precisar de uma ajuda especializada.

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